PITANGUEIRA
Adail de Bittencourt |
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Pitangueira, minha amiga
quero escutar a cantiga
dos sabiás destas vertentes,
que cantam sobre teus galhos,
molhados pelos orvalhos
das madrugadas ridentes.
Quero sentir a frescura
de tua sombra, e a doçura
dos teus frutos saborosos,
que me trazem relembrança
dos meus tempos de criança,
dos meus sonhos nebulosos.
Quero sentir minha infância
na delicada fragrância
da flor silvestre e da fruta,
das flautas que a natureza,
com arte e ciência e beleza,
plantou aqui nesta gruta.
Aqui eu recuo nos anos,
esqueço os meus desenganos,
o mal que o mundo me fez.
Aqui ninguém entristece.
O velho rejuvenesce,
o morto vive outra vez.
Aqui não há preconceitos,
nem saudades, nem defeitos,
não há gemidos nem dor.
Não entra aqui o deus-milhão,
o monstro sem coração
que arranca os olhos do amor.
Pitangueira, quem me dera
na próxima primavera
retornar a estes caminhos,
tomar banho nesta sanga,
comer bastante pitanga
ouvindo a orquestra dos dos ninhos. |
(esta poesia foi pega do site de poesias gu@pos)
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